Você sabia que a exposição aos raios ultravioleta tem o mesmo efeito cumulativo nos olhos que na pele?
“O sol, de forma crônica, causa alterações na retina, que podem evoluir para uma degeneração macular senil”, explica a oftalmologista Daniella Fairbanks, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP). Isso quer dizer que, a longo prazo, pode haver uma perda da visão central: a pessoa passa a ver uma mancha preta no centro de seu campo de visão. Em casos extremos, a exposição excessiva da córnea a raios UV também pode provocar ceratite, que é uma espécie de inflamação na superfície da córnea. O resultado? Aquela sensação de "areia nos olhos”, além de dor, vermelhidão e lacrimejamento. Felizmente, esses efeitos são passageiros.
Luz dos olhos
Os olhos das crianças têm a mesma sensibilidade à luz que os olhos dos adultos. No entanto, até por volta dos 7 anos de idade, ainda não há um desenvolvimento pleno da visão do ponto de vista neurológico. “Os olhos aprendem a enxergar de acordo com os estímulos dados a eles”, explica Daniella. Se uma criança que nasceu sem problemas passar a vida em um quarto escuro até essa idade, ela não vai conseguir enxergar, porque seus olhos não foram treinados para isso.
Justamente por esse motivo, o uso de óculos escuros por crianças muito pequenas ainda é uma questão bastante controversa para os especialistas. “Como a criança não nasce com a visão desenvolvida, o uso dos óculos escuros antes dos 3 anos de idade pode causar alterações neste desenvolvimento, principalmente com relação às cores (diferenciação de tons) e à luminosidade”, argumenta o oftalmologista Eric Pinheiro, do Hospital Santa Catarina (SP). Porém, alguns médicos liberam o uso a partir dos 6 meses de idade. Na dúvida, sempre vale conversar com o oftalmologista do seu filho: é recomendado levar seu bebê para a primeira consulta entre 6 e 8 meses.
Desconstruindo mitos
A fotofobia, como é chamada a sensibilidade à luz, não tem nada a ver com a cor da íris -- há um mito popular de que os olhos mais claros sentem mais incômodo em ambientes muito claros. Em outras palavras, não é pelo fato de o seu bebê não ter olhos azuis ou verdes que ele sente menos incômodo por causa da luz. A tolerância à luminosidade é algo bem variável de pessoa para pessoa.
Outra falácia é que óculos com lentes mais escuras protegem mais do sol. Não é verdade. O que conta é o fator de proteção contra os raios ultravioleta – os oftalmologistas possuem um aparelho que pode checar quanto os óculos efetivamente protegem. Além disso, como é a presença de luz que estimula o desenvolvimento da visão, não é indicado escolher lentes muito escuras para as crianças.
Como escolher os óculos para a criança
Compre em um lugar de confiança Nada de camelódromos. Óculos de má qualidade podem distorcer as imagens e a luminosidade, prejudicando o desenvolvimento da visão.
Proteção UVA e UVB Por serem dois comprimentos de onda diferentes, cada um deles é absorvido de uma maneira. Por isso, é preciso verificar se os óculos protegem contra ambos os tipos.
Priorize o estilo e o conforto Considere que tipo se encaixa melhor no rosto e no gosto da criança e preste atenção se o acessório não vai se tornar um incômodo – não vai apertar, nem cair da cabeça, nem pensar no nariz... Hoje há boas opções no mercado, com pezinhos de silicone ou até um elástico no lugar da perna.
FONTE: REVISTA CRESCER
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