ESPECIAL AMAMENTAÇÃO: A importância da amamentação para o bebê.. POR DRA LUCIANA HERRERO

Imagine uma cena. Nós (você e eu) após longas férias (alguns meses) em um delicioso hotel all inclusive na beira da praia, sem nenhum tipo de preocupações, apenas desfrutando as piscinas e o descanso. Uma delícia!

Só que de repente,nós caímos subitamente de volta a nossa realidade cotidiana, com todo trabalho e obrigações que temos. Iriamos sofrer um bocado em nos readaptar, não e´ verdade.  Posso dizer por mim, que eu iria chorar um bocado, garanto.

Para um recém-nascido ser colocado em contato com a pele macia e acolhedora de sua mãe, onde sai um líquido morninho que lhe dá uma sensação de bem estar e acaba com aquela horrível sensação de que algo faltava (o que nós adultos chamamos de fome).
É algo surreal, um espaço de aconchego e de prazer. O lugar mais próximo que ele conhece consegue chegar de sua “verdadeira casa”, onde nasceu e cresceu nos últimos nove meses, o útero materno (nosso hotel all inclusive).

Após ler os parágrafos iniciais, voltemos ao tema inicial dessa nossa conversa.

Qual a importância da amamentação para um bebê...

Será apenas uma forma (excelente) de nutrição e de oferecer maior imunidade ao bebê (deixa-los mais resistentes a doenças) como citam muitas revistas e pediatras...

Claro que isso é importante. Mas, não é só isso. A amamentação é também uma maneira de dar boas vindas ao nosso bebê e ajuda-lo na adaptação ao mundo extra uterino, com muito seio materno e amor, em livre demanda!

Por isso, se você amamenta, nada de dar ouvidosaos palpiteiros de plantão (mesmo que sejam amigos e parentes queridos) que nos dizem que o bebê vai ficar mimado ou viciado em colo. Nada disso!

Nossos bebês, assim como os bebês cangurus, precisam do leite materno (e do intenso contato físico inerente a ele)nos seis primeiros meses de vida.

Não apenas por ser o leite humano o melhor alimento para bebês que existe (padrão ouro da nutrição infantil), como ajudar a melhorar a imunidade, a reduziras cólicas (o que já é em si uma benção), para ajudar na formação da face (boca, língua e dentes), favorecer um melhor desenvolvimento neuro-pisco-motor e uma maior inteligência.

Mas também, para poder iniciar sua vida extrauterina de uma forma mais tranquila e feliz, como ele (ela) merece. Pois, vamos combinar... sair do útero materno para viver aqui fora é um desafio e tanto. Não é mesmo!

OBS: Se você, ou alguém que conhece, não teve ou tem  a felicidade de conseguir amamentar, não deve se martirizar. Pois a amamentação não é nada fácil mesmo.
Uma boa maneira de recompensar o bebê a ausência do leite materno é oferecer a mamadeira com o mesmo contato pele a pele que  ele receberia se estivesse amamentando. Nutrir sempre que possível o bebê em um lugar privativo, bebê e mamãe aconchegados (ambos sem blusa) em um abraço, oferecendo a mamadeira morninha cada mamada em um braço diferente (para estimular ambos os lados do bebê), focando a atenção no pequeno (a).
O bebê (infelizmente) não receberá o melhor leite do mundo (as fórmulas,apesar de evoluídas, estão muito aquém do leite humano). No entanto,ele (ela) receberá o aconchego e o calor do melhor lugar do mundo, o colo materno. E isso vale ouro puro, para a saúde física e emocional do recém-nascido!

Porque amamentar...

São inúmeras as vantagens do aleitamento materno, não só para a criança, mas também para a mulher, a família e a sociedade em geral.

Para as crianças, os benefícios do leite materno vão muito além do valor nutricional. A amamentação salva e muda a vida de muitas crianças, prevenindo doenças infecciosas (como diarreia, pneumonia e otite média) e também doenças crônicas (como obesidade, diabete insulinodependente, leucemia infantil, linfoma e diversos tipos de alergias)(1,2).

Pesquisas já comprovaram uma associação entre o aleitamento materno e um melhor desenvolvimento cognitivo da criança. Bebês alimentados no peito apresentavam uma inteligência melhor desenvolvida na vida adulta.

Nas mulheres a amamentação também faz maravilhas porque está associada a um menor risco de câncer de mama e de ovário, de hemorragia uterina pós-parto e de anemia(1).  E ajuda a perder peso, e voltar a sonhada calça jeans. São 600 kcal por dia gastas por dia só na produção do leite para o bebê. O sucesso da lactação também está ligado aum menor risco de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e derrame(4,5). A explicação é que o ato de amamentar faz parte da fisiologia feminina e ajuda na recuperação do corpo depois da gravidez e do parto.

Para as famílias, amamentar também é uma grande vantagem. Pois traz uma grande economia. O gasto médio mensal nos primeiros seis meses do bebê com a compra de leite é de 23% a 68% de um salário mínimo.Isso sem contar os custos comas mamadeiras, kit de higiene, o gás para prepará-lo e os gastos médicos e os medicamentos que serão usados, pois as crianças que não amamentam adoecem muito mais.

A falta de amamentaçãoou o desmame precoce, causa um grande impacto social, geranão apenas um grande custo ao Sistema Único de Saúde, como também  reduz a produtividade dos pais quando as crianças adoecem.


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