Imagine uma cena. Nós (você e eu) após longas férias (alguns
meses) em um delicioso hotel all
inclusive na beira da praia, sem nenhum tipo de preocupações, apenas desfrutando
as piscinas e o descanso. Uma delícia!
Só que de repente,nós caímos subitamente de volta a nossa
realidade cotidiana, com todo trabalho e obrigações que temos. Iriamos sofrer
um bocado em nos readaptar, não e´ verdade. Posso dizer por mim, que eu iria chorar um bocado,
garanto.
Para um recém-nascido ser colocado em contato com a pele macia e
acolhedora de sua mãe, onde sai um líquido morninho que lhe dá uma sensação de bem
estar e acaba com aquela horrível sensação de que algo faltava (o que nós
adultos chamamos de fome).
É algo surreal, um espaço de aconchego e de prazer. O lugar mais
próximo que ele conhece consegue chegar de sua “verdadeira casa”, onde nasceu e
cresceu nos últimos nove meses, o útero materno (nosso hotel all inclusive).
Após ler os parágrafos iniciais, voltemos ao tema inicial dessa
nossa conversa.
Qual a
importância da amamentação para um bebê...
Será apenas uma forma (excelente) de nutrição e de oferecer
maior imunidade ao bebê (deixa-los mais resistentes a doenças) como citam
muitas revistas e pediatras...
Claro que isso é importante. Mas, não é só isso. A amamentação é
também uma maneira de dar boas vindas ao nosso bebê e ajuda-lo na adaptação ao
mundo extra uterino, com muito seio materno e amor, em livre demanda!
Por isso, se você amamenta, nada de dar ouvidosaos palpiteiros
de plantão (mesmo que sejam amigos e parentes queridos) que nos dizem que o
bebê vai ficar mimado ou viciado em colo. Nada disso!
Nossos bebês, assim como os bebês cangurus, precisam do leite
materno (e do intenso contato físico inerente a ele)nos seis primeiros meses de
vida.
Não apenas por ser o leite humano o melhor alimento para bebês
que existe (padrão ouro da nutrição infantil), como ajudar a melhorar a
imunidade, a reduziras cólicas (o que já é em si uma benção), para ajudar na
formação da face (boca, língua e dentes), favorecer um melhor desenvolvimento neuro-pisco-motor
e uma maior inteligência.
Mas também, para poder iniciar sua vida extrauterina de uma
forma mais tranquila e feliz, como ele (ela) merece. Pois, vamos combinar...
sair do útero materno para viver aqui fora é um desafio e tanto. Não é mesmo!
OBS: Se você, ou alguém que conhece, não teve ou tem a felicidade de conseguir amamentar, não deve
se martirizar. Pois a amamentação não é nada fácil mesmo.
Uma boa maneira de recompensar o bebê a ausência do leite
materno é oferecer a mamadeira com o mesmo contato pele a pele que ele receberia se estivesse amamentando. Nutrir
sempre que possível o bebê em um lugar privativo, bebê e mamãe aconchegados (ambos
sem blusa) em um abraço, oferecendo a mamadeira morninha cada mamada em um
braço diferente (para estimular ambos os lados do bebê), focando a atenção no
pequeno (a).
O bebê (infelizmente) não receberá o melhor leite do mundo (as
fórmulas,apesar de evoluídas, estão muito aquém do leite humano). No entanto,ele
(ela) receberá o aconchego e o calor do melhor lugar do mundo, o colo materno.
E isso vale ouro puro, para a saúde física e emocional do recém-nascido!
Porque amamentar...
São inúmeras as vantagens do aleitamento materno, não só para a
criança, mas também para a mulher, a família e a sociedade em geral.
Para as crianças, os benefícios do leite materno vão muito além
do valor nutricional. A amamentação salva e muda a vida de muitas crianças,
prevenindo doenças infecciosas (como diarreia, pneumonia e otite média) e
também doenças crônicas (como obesidade, diabete insulinodependente, leucemia
infantil, linfoma e diversos tipos de alergias)(1,2).
Pesquisas já comprovaram uma associação entre o aleitamento
materno e um melhor desenvolvimento cognitivo da criança. Bebês alimentados no
peito apresentavam uma inteligência melhor desenvolvida na vida adulta.
Nas mulheres a amamentação também faz maravilhas porque está
associada a um menor risco de câncer de mama e de ovário, de hemorragia uterina
pós-parto e de anemia(1). E ajuda a
perder peso, e voltar a sonhada calça jeans. São 600 kcal por dia gastas por
dia só na produção do leite para o bebê. O sucesso da lactação também está
ligado aum menor risco de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e derrame(4,5). A
explicação é que o ato de amamentar faz parte da fisiologia feminina e ajuda na
recuperação do corpo depois da gravidez e do parto.
Para as famílias, amamentar também é uma grande vantagem. Pois
traz uma grande economia. O gasto médio mensal nos primeiros seis meses do bebê
com a compra de leite é de 23% a 68% de um salário mínimo.Isso sem contar os
custos comas mamadeiras, kit de higiene, o gás para prepará-lo e os gastos
médicos e os medicamentos que serão usados, pois as crianças que não amamentam
adoecem muito mais.
A falta de amamentaçãoou o desmame precoce, causa um grande
impacto social, geranão apenas um grande custo ao Sistema Único de Saúde, como
também reduz a produtividade dos pais
quando as crianças adoecem.
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