Trazer um bebê ao mundo é uma escolha que requer planejamento e foco na necessidade da mãe e do recém-nascido. Muito se fala da importância do parto natural e dos seus benefícios, porém, muitas mulheres por motivos de saúde ou complicações na gestação, precisam optar pela cesariana. Uma equipe humanizada entende e dá a devida importância ao cuidado com a paciente, fazendo com que não ocorram traumas ou complicações, comuns no passado. Hoje, é possível que a mulher escolha, sem julgamentos e com total esclarecimento, qual parto é mais adequado para ela e principalmente, para a saúde do bebê.
Muitas razões podem levar a realização de uma cesárea como, alterações do bem estar fetal, emergências hipertensivas, descolamento da placenta e complicações durante o trabalho de parto. A ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, Dra. Ana Lucia Beltrame explica que quando as condições clínicas da mãe do bebê estão adequadas, o parto vaginal ainda é a melhor via de nascimento tanto para a mãe como para o bebê, e é função do médico e da equipe que acompanha a paciente esclarecer isso durante o pré-natal. No entanto, “dizer hoje que a cesárea não permite o contato entre o bebê e a mãe, por exemplo, não é verdade. Conseguimos com a cesariana humanizada dar a assistência necessária ao parto com respeito, possibilitando uma verdadeira interação entre mãe, pai e bebê”, explica a médica.
A cesárea humanizada é realizada da mesma maneira que a tradicional. A principal diferença é o contato mais direto dos pais logo após o nascimento, permitindo que a mãe veja o bebê logo após a retirada do útero, já que não existe cortina de isolamento separando-os, e colocando o bebê imediatamente sobre o seio materno, permitindo que ele seja estimulado a mamar, fortalecendo assim os laços entre a mãe e o filho.
A proposta da cesárea humanizada é tornar o procedimento cirúrgico mais suave e emocionalmente melhor para a gestante, proporcionando uma chegada mais acolhedora da criança ao mundo. “Nossa equipe acompanha essa mãe desde os primeiros meses de gravidez, focando muito na humanização do atendimento à paciente e no cuidado dessa chegada tão esperada. Do ponto de vista clínico, precisamos garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê, dando suporte médico, mas, principalmente, ir além na relação médico e paciente. Temos como filosofia incentivar sempre o parto normal, no entanto, algumas vezes a cesariana é indicada. Nestas condições, sempre que possível, fazemos com que a via de parto não atrapalhe a interação entre os pais e o bebê na sala de parto”, finaliza Dra. Ana Lucia.
Sobre Dra. Ana Lucia Beltrame
Médica formada pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo. Especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia fazendo residência médica no Hospital das Clínicas na Universidade de São Paulo. Realizou sua pós-graduação como mestra em ciências na Universidade de São Paulo, tornando-se especialista na área de Reprodução Humana. Também é especialista em laparoscopia e histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Anualmente participa de congressos internacionais e é Membro da ASRM (American Society for Reproductive Medicine) e da ESHRE (European Society of Human Reproduction and Embriology).
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