A osteoporose, doença que faz com que os ossos se tornem mais porosos, menos densos e mais propensos a fraturas, tem sido denominada "doença pediátrica com consequências geriátricas", porque a fase crítica de formação da matriz óssea de um indivíduo ocorre durante toda a infância e dura até o final da puberdade, com pico de massa óssea por volta dos 25 anos (variando conforme o gênero); logo, a massa óssea estabelecida na infância e adolescência é um importante fator mediador da saúde esquelética ao longo da vida. Os hábitos de saúde que as crianças estão formando agora podem fazer, ou literalmente "quebrar", seus ossos à medida que envelhecem.
Segundo Ana Paula Del'Arco, nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) felizmente, há muitas coisas que as pessoas, em todos os estágios da vida, podem fazer para a manutenção da qualidade dos ossos, especialmente na infância e adolescência, como incorporar na dieta alimentos que são ricos em cálcio e vitamina D, como o leite e produtos lácteos que também fornecem outros minerais e vitaminas necessários ao organismo, além da prática regular de atividade física.
Ossos saudáveis começam na infância
Os ossos crescem e se desenvolvem durante a infância, ganhando massa e força. A massa óssea adquirida enquanto jovens determina a saúde esquelética para o resto da vida. A equação é simples, quanto mais compacta for a massa óssea após o final da adolescência, mais proteção teremos contra a perda de massa óssea depois. "Outros fatores ao longo da vida de uma pessoa podem predispor ao aparecimento da osteoporose, como por exemplo, a interrupção do consumo adequado de cálcio", pontua Ana Paula.
Até aproximadamente os 6 anos de idade (idade pré-escolar), a alimentação de uma criança é caracterizada pela fase láctea, na qual o leite (principal fonte de cálcio da alimentação) é parte fundamental da nutrição. Nesta fase, as crianças estão em pleno desenvolvimento, e qualquer deficiência nutricional pode ser grave e afetar definitivamente o desenvolvimento de algum sistema orgânico.
O consumo de leite e lácteos é muito importante também na adolescência para o desenvolvimento e a consolidação da matriz óssea, garantindo a dureza óssea e o crescimento sadio dos ossos, o que reduz o risco do desenvolvimento da osteoporose e outras doenças ósseas no futuro.
De acordo com Ana Paula, o cálcio presente nos lácteos e seus derivados é o nutriente mais importante para a saúde óssea, contudo outros nutrientes também são fundamentais e participam do processo, tais como a vitamina D, a vitamina K, o fósforo, magnésio, entre outros.
A vitamina D é sintetizada pela luz solar, sendo bastante importante a exposição à luz solar. Contudo, fontes alimentares de vitamina D também podem suprir as necessidades orgânicas. A falta de vitamina D na dieta pode causar raquitismo, uma doença óssea que se caracteriza pelo "amolecimento dos ossos".
A prática de esportes e exercícios físicos para pessoas de todas as idades é também fundamental para a prevenção da osteoporose. O exercício de sustentação de peso durante a adolescência é essencial para atingir a força óssea, tais como caminhar e correr, assim como esportes coletivos como futebol e basquete, todos com orientação de um especialista.
"O leite é um alimento único, com uma matriz nutricional complexa, sendo a relação entre seus nutrientes e componentes capaz de entregar inúmeros benefícios ao organismo, desde contribuir com uma dieta equilibrada e saudável, até auxiliar na prevenção de doenças como osteoporose, eventos cardiovasculares, obesidade, entre outras", finaliza a nutricionista.
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