REPORTAGEM: Mulher tem filho após transplante de útero. Tema foi debatido em congresso mundial

No começo do mês de outubro, um feito inédito da medicina deu novas esperanças a mulheres que não tem útero: uma mulher da Suécia deu à luz depois de receber um transplante de útero. A mãe, de 36 anos, recebeu o órgão de uma amiga próxima, de 61 anos, que estava na menopausa. Para a reprodução humana esse é um grande passo para as mulheres que ainda sonham em gerar um bebê. O tema foi apresentado e discutido no encontro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, que aconteceu no Hawaii, e reuniu profissionais de todo o mundo interessados em inovações da área.

O bebê, um menino, nasceu prematuro em setembro, mas saudável e já está em casa com a mãe. “Essa é uma grande inovação da medicina: nascer um bebê a partir de um útero transplantado. Houve outras tentativas anteriores, mas sem sucesso. A primeira, em 2000, o útero sofreu necrose. Na segunda vez, na Turquia, deu certo, a mulher chegou a engravidar, mas teve um abortamento com seis semanas. Essa pesquisa foi diferente, pois fizeram testes anteriormente em animais, como ratos, ovelhas e primatas, para depois testar em seres humanos”, explicou Dra. Ana Lúcia Beltrame. O feito abre uma alternativa nova, mas ainda experimental, para milhares de mulheres que a cada ano não podem ter filhos porque perderam o útero para o câncer ou porque nasceram sem o órgão.

A equipe médica responsável pelo feito transplantou úteros em nove mulheres ao longo dos últimos dois anos como parte do estudo. Há duas outras mulheres grávidas no momento. “Todos aqui estão muito felizes com a iniciativa. Para as mulheres que não têm útero é uma grande esperança. Para elas, a única maneira de ter um bebê era por meio do útero de substituição, a barriga de aluguel, mas com esse estudo tudo isso pode mudar”, festejou a médica. Mas, segundo ela, ainda é cedo para que o procedimento chegue ao Brasil. “É tudo experimental ainda. A técnica deve ser implementada, é preciso que outros países consigam reproduzi-la e fazer com que essas mulheres que não têm condições de gestar tenham essa oportunidade”, lembrou.

Sobre a Dra. Ana Lúcia Beltrame:

A Dra. Ana Lúcia Beltrame é médica formada pela UNIFESP – Escola Paulista de Medicina, mestre em ciências e especialista em ginecologia e obstetrícia pela Faculdade de Medicina da USP.

A profissional participa continuamente de congressos e simpósios nacionais e internacionais, é membro efetivo da Sociedade Americana e Europeia de Medicina Reprodutiva e junto com quatro parceiros, fez parte da equipe responsável pela criação do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio Libanês.

Atualmente trabalha em seu próprio consultório, é atuante nas áreas de reprodução humana, laparoscopia e endoscopia ginecológica e discorre sobre diversos assuntos na área, como transplante de útero, congelamento de óvulos, check up feminino etc.

Confira mais informações nos canais de comunicação da Dra. Ana:
Blog: www. mommy2be.com.br
Facebook: pageanabeltrame

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