A endometriose é uma doença ginecológica comum que afeta cerca de 8 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, sendo considerada crônica e progressiva. Os sintomas da endometriose são principalmente diarreia, dor pélvica crônica e infertilidade. É causada, na maioria das vezes, pelo refluxo de menstruação pelas trompas, fenômeno que ocorre em todas as mulheres em geral, mas que nas pacientes com a doença ocorre de maneira mais delicada, já que esse sangue refluído mensalmente começa a se acumular dentro da cavidade pélvica, levando ao desenvolvimento de sintomas dolorosos e infertilidade. A doença tem impacto negativo em diversos aspectos da vida da mulher, inclusive na função sexual. Seus principais sintomas, representados por dor e infertilidade, relacionam-se diretamente com prejuízos na atividade sexual.
Um recente estudo realizado no Departamento de Endocrinologia Reprodutiva, Hospital Universitário de Zurique, revela que a fadiga é um sintoma frequente de endometriose. Apesar de subestimado e pouco estudado, ele afeta a maioria das mulheres com endometriose, mas não ainda não é amplamente discutido na literatura. O que já se sabe é que ela pode ser um sintoma, causando grande sofrimento, afetando as atividades diárias e a qualidade de vida das mulheres com endometriose.
A pesquisa reuniu mulheres em hospitais e consultórios particulares na Suíça, Alemanha e Áustria, entre 2010 e 2016. Os dados foram coletados de 1120 mulheres, 560 delas com endometriose. As mulheres com endometriose foram comparadas com 560 mulheres de mesma média de idade e etnia. Foi constatado que mulheres com síndrome da fadiga crônica frequentemente relatam endometriose em sua história ginecológica. Além disso, os pacientes com endometriose sofrem com mais frequência de estresse. “O impacto da fadiga é grande, uma vez que o desempenho no trabalho e a produtividade das mulheres é afetado, bem como atividades esportivas e sociais”, explica Dra. Flávia Fairbanks, ginecologista e obstetra da Clínica FemCare.
Para melhorar a qualidade de vida em mulheres com endometriose, a abordagem da fadiga deve, além da dor crônica e da infertilidade, tornar-se uma parte rotineira da assistência médica. Juntamente com o tratamento padrão da endometriose, seria necessário reduzir a insônia, a dor, a depressão e o estresse ocupacional, melhorando e administrando melhor esse cansaço crônico.
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