A criança é um sujeito, como todo ser humano, que está inserida em uma sociedade, deve ter assegurado uma infância enriquecedora no sentido de seu desenvolvimento, seja psicomotor, afetivo ou cognitivo (Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8069 De 13 de Julho de 1990, Artigo 2, parágrafo único).
A principal instituição social para a criança é a família, portanto este grupo deve receber condições básicas para a formação das crianças. É também muito influenciada pelo meio social e cultural em que se situa. As crianças possuem suas características próprias e observam o mundo e o comportamento das pessoas que a cerca de uma maneira muito distinta. Aprendem através da acumulação de conhecimentos, da criação de hipóteses e de experiências vividas, (VYGOTSKY,1994).
A educação infantil é o momento de interação da criança com o mundo, com todos os que a cercam e com ela mesma. Com isso, o desenvolvimento da criança deve ser acompanhado desde o nascimento.
Segundo Wallon; a criança deve ser estudada na sucessão das etapas de desenvolvimento caracterizadas pelos domínios funcionais da afetividade, do ato motor e do conhecimento, entendidos como sendo desenvolvido primordialmente pelo meio social, (Wallon, 1934).
Os períodos de desenvolvimento são:
Período sensório-motor (0 a 2 anos): o desenvolvimento ocorre a partir da atividade reflexa para a representação e soluções sensório-motoras dos problemas.
Período pré-operacional (2 a 7 anos): aqui o desenvolvimento ocorre a partir da representação sensório-motora para as soluções de problemas e segue para o pensamento pré-lógico.
Para Wallon; o estágio, que vai até os 6 anos de idade, é muito importante para a formação da personalidade. Segundo o autor partir dos 3 anos, ocorre o estágio do personalismo, momento da constituição do eu, no qual a criança em seu confronto com o outro passa por uma verdadeira crise de personalidade, caracterizada pelas mudanças nas suas relações com o seu entorno e pelo aparecimento de novas aptidões. Já Piaget menciona que as etapas de desenvolvimento das crianças são de extrema valia para o entendimento da atividade lúdica e seus efeitos na infância, (WALLON, 1953)
a) Desenvolvimento Intelectual
• A aprendizagem faz-se, sobretudo através dos sentidos;
• Vocaliza espontaneamente;
• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta;
• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam;
No período seguinte, que vai até os 2 anos de idade, a criança encontra-se no estágio sensório-motor e projetivo, voltando-se para a exploração do mundo físico.Gradualmente, com a aquisição da marcha e da linguagem, a criança apresenta modificações no seu padrão de interação com o mundo.
Os estágios do desenvolvimento propostos por Wallon; têm início na vida intra-uterina, caracterizada por uma simbiose orgânica. Após o nascimento, apresenta-se o estágio impulsivo- emocional no qual prevalece a emoção, caracterizado como o período da simbiose afetiva. Nesse sentido, considerando a idade compreendida na educação infantil, ressaltam-se as características desse momento do desenvolvimento da criança como forma de oferecer subsídios para a atuação do educador escolar nesse contexto, (WALLON, 1934)
Parte-se do princípio da necessidade de que a escola e todos aqueles envolvidos com a educação infantil tenham consciência de que suas ações têm conseqüências não só no momento atual do desenvolvimento da criança, como também nos posteriores. Para Mahoney, é nesse momento que a criança está mais propensa à formação de complexos, ou seja, atitudes que podem marcar de forma prolongada seu comportamento em relação ao meio, (MAHONEY 2002).
De acordo com Wallon; é nesse estágio, na escola, que a criança diferenciase dos outros e descobri sua autonomia e sua originalidade. O estágio do personalismo divide-se em três períodos distintos, todos com o objetivo de tornar o eu mais independente e diversificado. Durante esse estágio, o grupo permitirá à criança diferenciar-se dos outros e descobrir sua autonomia e sua originalidade, (WALLON, 1953)
O estágio do personalismo divide-se em três períodos distintos, todos com o objetivo de tornar o eu mais independente e diversificado. São eles: período da negação, idade da graça e período da imitação.
No primeiro período da negação:
Surge na criança a necessidade de se auto-afirmar, de impor sua visão pessoal e lutar para fazer prevalecer sua opinião.
No segundo período idade da graça:
Se da, por volta dos quatro anos de idade, a criança desenvolve maneiras de ser admirada e chamar a atenção para si através da sedução, com uma necessidade de agradar cujo objetivo é obter a aprovação dos demais. A criança passa a se considerar em função da admiração que acredita poder despertar nas pessoas. Ressalta-se a importância da oferta de oportunidades de expressão espontânea da criança, através de atividades como a música, a dança, artes, etc.
No terceiro período, o da imitação:
A criança conta com 5 anos, é a idade marcado por uma reaproximação ao outro, manifestada pelo gosto por imitar, que possui um papel essencial na assimilação do mundo exterior.
Para Galvão; exercitar na criança as habilidades de representação do seu meio, ou seja, através do faz-de-conta ou do uso da linguagem, contribui para que ela adquira uma precisão maior na expressão de seu eu.
A partir dessas considerações, verifica-se que a educação infantil possui um papel importantíssimo na formação da personalidade da criança, visto que permite a sua adaptação à vivência em comunidade, em grupos que vão além dos limites familiares, e contribui para a formação do eu psíquico, (GALVÃO, 1992).
De acordo com Wallon; a escola pode estimular o desenvolvimento de valores saudáveis nas interações, tais como a cooperação, a solidariedade, o companheirismo e o coletivismo. As atividades em grupo devem alternar-se com atividades individuais fazendo assim uso das alternâncias comuns nesse estágio para promover o desenvolvimento de mais recursos de personalidade, (WALLON, 1937).
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