Meu filho tem diabetes. E agora?

Você percebe que seu filho começou a ingerir mais água que o normal e, consequentemente, tem ido mais ao banheiro com diurese. Você notou que ele perdeu peso apesar do aumento de apetite. Após uma consulta médica e com os resultados clínicos em mãos você recebe o diagnóstico: diabetes mellitus.

Segundo o endocrinologista Felipe Martins de Oliveira, as principais dúvidas dos pais quando recebem o diagnóstico de diabetes em seu filho são as mudanças alimentares, as consequências para saúde física e psicológica e, também, a forma de aplicação da insulina. O médico explica que a doença tem tratamento e hoje há diversas formas de ter um acompanhamento e controle diário da doença, que ajudam o paciente a manter uma rotina normal.

O Ministério da Saúde1 define o diabetes como uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.

 

O primeiro passo é entender se seu filho tem diabetes tipo 1 ou tipo 2.

O Diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença crônica não transmissível de caráter hereditário que contempla entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil e aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também1. Em 2015, 30,9 mil jovens brasileiros entre 0 e 14 anos tinham o diagnóstico de (DM1)2. Sua incidência aumenta cerca de 3% ao ano no mundo, particularmente entre as crianças3.

Já o Diabetes Tipo 2 (DM2) ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida e está diretamente relacionado ao estilo de vida, como o sedentarismo e hábitos alimentares inadequados1.

 

Em 2015, a revista científica The Lancetpublicou uma extensa revisão sobre o diabetes em crianças e adolescentes. Chamou a atenção dos autores o aumento de 21% na incidência da doença na população jovem entre 2001 e 2009 nos EUA. Destes, 11% eram de tipo 2 e geralmente apareciam a partir da puberdade, associado a fatores de risco como sobrepeso, minorias étnicas e histórico familiar. Entre as razões, os autores destacam baixa adesão e ineficácia de tratamento em alguns indivíduos4. Neste contexto, entende-se por minorias étnicas os índios americanos e canadenses, americanos de origem hispânica e os afro-americanos, além de adolescentes japoneses5.

Em uma tentativa de controlar o aumento dos índices de diabetes nesta faixa etária, os países integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – entre eles o Brasil – assinaram em 2014 um acordo para desestimular o consumo de produtos alimentícios industrializados com a adição de altas concentrações de açúcares. A estratégia levou a queda de 11,6% na demanda por esses alimentos6.

Apesar de medidas como essas, é fundamental que as crianças e adolescentes contem com o apoio da família na promoção de hábitos saudáveis. Uma boa dica é mudar os hábitos do núcleo familiar, já que todos serão beneficiados. Alimentação adequada, atividade física regular, equilíbrio nas tarefas do dia, uma boa noite de sono e tempo para momentos de lazer. É importante controlar o consumo de doces, bebidas açucaradas (refrigerantes e sucos prontos), alimentos gordurosos e com alto valor calórico. Aos poucos os hábitos se tornam parte do cotidiano do paciente e de seus familiares.

Um outro aliado importante para um tratamento eficaz é o controle dos índices da glicemia ao longo do dia em momentos como: alimentação, prática de exercício, uso de insulina (tratamento de controle utilizado para pacientes com tipo 1 e alguns casos de tipo 2), manejo de hipoglicemias (baixa concentração de glicose no sangue) e automonitorização da glicemia capilar.

Segundo o endocrinologista, a Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda de 4 a 8 medidas diárias de glicemia capilar para que um bom controle da doença. “Medidores de glicose acoplados a aplicativos de celular organizam o diário de glicemia do paciente na medida em que integram as medidas de glicose, horários e doses de insulina aplicadas, intercorrências de saúde, prática esportiva etc. Fica mais fácil para paciente e médico estabelecerem uma relação de causa e efeito entre todos estes eventos, otimizando a tomada de decisões”.

Para ajudar os familiares e pacientes a entenderem os índices de glicemia, o especialista explica que os alvos estabelecidos pela ISPAD (International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes) para pacientes entre 0 e 18 anos são de 70 - 130mg/dL antes das refeições, 90 - 180mg/dL após as refeições e 80 - 140mg/dL ao deitar. Tais alvos glicêmicos resultarão numa taxa de hemoglobina glicada inferior a 7%, que é recomendada para que os pacientes não sofram as complicações crônicas do diabetes no futuro. “De fato, no início, leva um tempo para que os pais se acostumem a estes valores, mas, com o passar do tempo, vai se tornando algo natural. Para isso, existem glicosímetros com faixas de cores que ajudam aos pais e pacientes a entenderem em qual categoria a medida de glicemia capilar está situada”, completa.

 

OneTouch

Entre os glicosímetros disponíveis no mercado, a linha OneTouch, da Johnson & Johnson, oferece modelos 100% tecnológicos e com conectividade para os pacientes, sendo uma boa opção para facilitar o entendimento dos níveis de glicose no sangue com uma interface didática para pais e filhos. A exclusiva tecnologia ColorSurefacilita a interpretação dos resultados no medidor por meio de uma escala de cores, que identifica se o paciente está com hipoglicemia (azul), com hiperglicemia (vermelho) ou no controle (verde).  Além disso, os medidores de OneTouch se conectam via blueetoth com o smartphone e sincronizam automaticamente os resultados das medições com o aplicativo OneTouch Reveal, fornecendo gráficos e tabelas com as cores de ColorSure, uma ferramenta útil no acompanhamento da saúde dos filhos enquanto os pais estão trabalhando, por exemplo. No aplicativo é possível adicionar eventos, como exercícios físicos, doses de insulina e notas sobre a alimentação e também compartilhar os progressos do tratamento dos seus filhos com outros membros da família e com o profissional de saúde.

 


 

Referências

1. Ministério da Saúde

http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes acesso em 31/07/2019

2.Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) | Dr. Augusto Pimazoni-Netto (CREMESP 11.970)

https://www.diabetes.org.br/publico/notas-e-informacoes/1867-oque-todos-precisam-saber-sobre-diabetes acesso em 31/07/2019

3. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – Diretrizes 2017-2018

https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf   acesso em 31/07/2019

4. The Lancet - 2015

https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(15)60971-0/fulltext#seccestitle10 acesso em 31/07/2019

5. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – Diretrizes 2014-2015

https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-tipo-2/009-Diretrizes-SBD-Diabetes-Mellitus-Jovem-pg71.pdf acesso em 31/07/2019

6. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), citados na Saúde é Vital

https://saude.abril.com.br/blog/experts-na-infancia/a-obesidade-faz-o-diabetes-tipo-2-tambem-virar-uma-doenca-da-adolescencia acesso em 31/07/2019

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